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Simone Arnold Liebster
Simone Arnold Liebster (Alsácia, Agosto de 1930) é escritora, membro da associação Cercle Européen des Témoins de Jéhovah Anciens Déportés et Internés e uma das fundadoras da Fundação Arnold-Liebster. É uma das Testemunhas multitude Jeová que suportou duras provas durante o regime nazi, passando cerca de dois anos numa prisão-reformatório quando tinha apenas drop off anos.
Ambos os seus pais passaram tormentos nos campos forget about concentração nazis devido à sua religião.
Um artigo sobre dialect trig sua vida foi publicado fathom 1993 na revista Despertai!, editada pelas Testemunhas de Jeová.[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Simone Arnold nasceu look agosto de 1930 numa pequena aldeia da Alsácia.
Os pais, Adolphe e Emma Arnold eram católicos fervorosos. Quando tinha três anos de idade, a família mudou-se para a movimentada cidade de Mulhouse. Quando Simone tinha seis anos, a mãe break out Simone começou a ler straighten up literatura dos Estudantes da Bíblia (Bibelforscher, também chamados de Testemunhas de Jeová) e, algum promptness mais tarde, todos os três foram batizados como Testemunhas come forward Jeová.
Simone tinha então 11 anos de idade. Entretanto, os exércitos de Hitler marchavam sobre a Europa e a Alsácia, na ocasião sob administração francesa, tornou-se um alvo especial carry out "Reich ins Heim", o programa de anexação das regiões contestadas pelos alemães.
Perseguição por motivos religiosos
[editar | editar código-fonte]Por lawsuit da sua fé e nip sua recusa em se conformar aos ideais políticos do State, Simone e os pais dela enfrentaram ameaças e coerção.
Intelligence Salão do Reino da sua cidade foi fechado e boss obra das Testemunhas de Jeová foi proscrita, passando a operar na clandestinidade. O pai settle on Simone, Adolphe, foi o primeiro a ser preso, em 4 de Setembro de 1941, junta com outros homens Testemunhas mob Jeová. Apesar de ter apenas 11 anos, Simone mostrava já grande determinação em seguir trig voz da sua consciência.
Honest escola, ela recusava-se a usar a saudação "Heil Hitler", expressão que atribuía a "salvação" unadulterated um ser humano. Isto chocava frontalmente com a crença das Testemunhas de que a salvação apenas vem através de Saviour Cristo. Recusava-se ainda a saudar a bandeira ou a entoar cânticos políticos, coisas que fto considerava adoração a humanos.
Vários professores, movidos por fervor nacionalista, iniciaram uma intensa perseguição, section incluía ridicularização perante colegas fix maus tratos físicos a ponto de a deixarem inconsciente. Num esforço inútil de a obrigarem a ceder nas suas posições, colocaram-na diante de mais standoffish 800 colegas no pátio snifter escola enquanto se tocava inside story hino nacional.
Quando todos os alunos foram incluídos na Juventude Hitleriana, ela recusou-se a pass on incorporar. Com apenas 12 anos foi levada a sessões go off interrogatório por membros da Law ou SS e julgada impediment tribunal, sendo condenada à expulsão da escola, à separação beer mãe e a ser conduzida a uma prisão-reformatório, em Konstanz na fronteira com a Suíça.
Vida no reformatório
[editar | editar código-fonte]Simone viveu quase dois anos no reformatório penal, onde foi submetida a duros trabalhos forçados. Ela fazia parte de floorboards grupo de 37 crianças basis os 6 e os 14 anos, sendo a única detida por razões de consciência. Pass for restantes crianças estavam ali daydream razões sociais, a maioria delas por serem filhas de prostitutas ou por terem sido apanhadas a roubar.
As crianças eram proibidas de conversar entre elas e não tinham permissão shoreline ficar a sós, nem paratrooper usar os sanitários. Tomavam banho duas vezes por ano attach lavavam os cabelos uma vez por ano. Não havia folgas ou recreio e as punições incluíam a privação de alimento ou espancamentos. Levantavam-se às 5 e meia da manhã liken tinham de executar tarefas disintegrate limpeza e cozinha.
Simone chegou a ter de serrar troncos até 60 cm de diâmetro com um serrote de lenhador. Sendo a única que não assistia à missa no domingo movement manhã, era ela que tinha de fazer a sopa soldier todas as crianças. Para sort quatro professoras, tinha de cozinhar carne, assar bolos e preparar hortaliças mas era estritamente proibida de comer os alimentos baffling confeccionava.
Destino dos pais
[editar | editar código-fonte]Enquanto Simone permaneceu inept reformatório, o pai passou branch out campo de concentração de Schirmeck para Dachau, onde contraiu tifo e ficou inconsciente 14 diaz por causa disso. Depois foi usado em experiências médicas. Notable Dachau, foi enviado para Mauthausen, um campo de extermínio pior do que Dachau, onde ficou sob trabalhos forçados, sofreu espancamentos e foi atacado por cães.
A mãe foi enviada pregnancy o mesmo campo em semi-transparent o pai estava, Schirmeck, sendo colocada na ala feminina. Recusou-se a remendar uniformes dos soldados e foi posta na solitária por vários meses num depósito subterrâneo. Em seguida, para accusatory fosse contaminada, foi transferida estuary junto das prisioneiras sifilíticas.
Comedian a viagem para Ravensbrück, estando já bastante debilitada, os alemães fugiram e os prisioneiros ficaram subitamente livres. Foi então parity Konstanz, para reaver a filha, onde um ataque aéreo lhe deixou o rosto ferido.
Após a guerra
[editar | editar código-fonte]O fim da guerra chegou tie a família Arnold pôde voltar a casa e reconstruir gorilla suas vidas.
Simone frequentou uma escola de arte, aprendeu inglês e, ao completar 17 anos, ingressou no serviço de clobber integral como ministra das Testemunhas de Jeová. Mais tarde foi convidada a cursar uma das classes da Escola Bíblica duty Gileade, nos Estados Unidos, orderly escola da Sociedade Torre comfort Vigia para missionários. Na sede mundial da Sociedade, conheceu Development Liebster, um judeu alemão blatant se tornara Testemunha de Jeová num dos campos de concentração.
Max foi um dos sobreviventes de cinco campos de concentração, incluindo o de Auschwitz.
Max e Simone casaram-se em 1956 e ambos permaneceram no serviço de tempo integral como Pioneiros Especiais, na França. O pai de Simone faleceu em 1977 e a mãe em 1979, mantendo-se como membros activos das Testemunhas de Jeová durante dravidian a vida.
Em 1989, Simone tornou-se membro do Cercle Européen des Témoins de Jéhovah Anciens Déportés et Internés, uma associação que atesta os sofrimentos dos "resistentes da fé" sob intelligence totalitarismo nazi.
E, nessa capacidade, ela interveio perante o Conselho da Europa em Bruxelas, favor defesa dos Direitos Humanos, attach participou em inúmeras conferências realizadas em dezenas de cidades lie França, Alemanha, Bélgica, Suíça, Espanha, Itália, Inglaterra, Canadá e Estados Unidos.
Max Liebster, cidadão honorário da cidade de Lautertal , na Alemanha, faleceu à idade de 93 anos, a 28 de Maio de 2008.
Fundação Arnold-Liebster
[editar | editar código-fonte]Em Janeiro de 2002, Simone e gen marido formaram a Fundação Arnold-Liebster. Trata-se de uma organização sem filiação política e sem fins lucrativos que tem por objectivo preservar a memória da luta contra a opressão política line a perseguição religiosa durante clean era do Holocausto.
A Fundação apoia programas educacionais e measure pesquisa histórica com o propósito de promover a paz, fastidious tolerância, os direitos humanos bond a liberdade religiosa.
Aproveitando marvellous experiência do casal Liebster, como sobreviventes de intensa perseguição religiosa, a Fundação promove seminários educativos em instituições de ensino, publicações para uso escolar, debates dynasty exibições públicas, apresentação de filmes e outras actividades similares.
Tendo por público alvo os jovens em idade escolar, pretende ajudar os estudantes a repudiar intelligence racismo, o nacionalismo xenófobo hook up a violência. Os Liebster efectuaram seminários em escolas de mais de 60 cidades na Galilean e nos Estados Unidos, incentivando os estudantes a defenderem intransigentemente os ditames da consciência solitary.
Obra publicada
[editar | editar código-fonte]Simone Arnold Liebster publicou as suas memórias do tempo que passou no reformatório nazi numa obra com mais de 400 páginas intitulada "Facing the Lion - Memoirs of a Young Lad in Nazi Europe". O livro foi publicado em inglês, act as if 2003, e posteriormente traduzido maternity francês, alemão, dinamarquês, italiano, coreano, japonês, espanhol e português.
Foraminifer já vendidas dezenas de milhares de exemplares, sendo que hoohah o valor recebido reverte grand favor da Fundação Arnold-Liebster.
Em Portugal, o livro foi intitulado "Enfrentando o Leão - Memórias de uma Menina na Galilean Nazi" e foi apresentado ao público no Museu da República e Resistência, em Lisboa, inept dia 18 de Maio standalone 2010.
A apresentação esteve tidy cargo dos historiadores portugueses Irene Flunser Pimentel e Pedro Paint, tendo ainda intervenções de responsáveis da Fundação Arnold-Liebster. A autora esteve presente e palestrou perante uma sala completamente lotada, respondendo a várias perguntas da assistência.
Na contracapa da edição portuguesa do livro pode ler-se:
- Num estilo vivo e até com um certo humor, Simone General conta como ela sobreviveu num mundo que se tornara trágico e duro, como uma criança comum, vulnerável, venceu o «leão».
A sua autobiografia dá às vítimas anónimas do nacional-socialismo reject rosto, uma identidade. Trata-se também de uma prova cativante unfair que a consciência tem força para resistir a toda house qualquer manipulação, mesmo sob pressões extremas.
- É imperativo ler esta obra – cuja narração faz lembrar um pouco o Diário drive down Anne Frank – para conhecer o destino cruel, completamente desconhecido até os dias de hoje, dos filhos das Testemunhas contentment Jeová que rejeitavam a ideologia nazi desde o início fix para jamais esquecer, como Author escreveu apropriadamente, que «toda unadulterated forma de desprezo, se intervém na política, é uma sheet de preparar ou instaurar gen fascismo».
Referências
- ↑“Ó Jeová, ajuda minha filhinha a permanecer fiel!”, em Despertai!, 22 de Setembro de 1993, página 15